Sobre a ENEGE

A Executiva Nacional dos Estudantes de Geologia
(ENEGE) surgiu no final de 1962 com o intuito de
defender os interesses da classe, como a regulamentação
da profissão geólogo, a luta contra o Ministro de
Educação da época que propunha reduzir os cursos de
geologia para três anos e a campanha pela criação de
uma empresa estatal de mineração, a MINEROBRAS.
A ENEGE era ligada à União Nacional dos
Estudantes (UNE) junto à Secretaria para Ciências
Exatas. Com o Golpe Militar de 1964, a UNE foi fechada
e queimada, culminando com a desintegração do
Movimento Estudantil em âmbito nacional e a extinção
da ENEGE em 1968.
Após 10 anos de desarticulação, os estudantes
de geologia, tendo em vista um momento de reanimação
popular na luta contra o regime militar e as péssimas
condições de ensino de geologia na maioria das escolas
do país, começaram a se articular através da organização
do I Encontro Nacional dos Estudantes de Geologia
(ENEGEO), reaizado em Recife – PE no fim de 1978. Lá
foi criada uma Comissão Pró-ENEGE visando a
reorganização da Executiva, para a retomada das
discussões sobre ensino, questões profissionais e
políticas, e pela reconstrução da UNE, destruída pela
ditadura.
No III ENEGEO, em 1980, foi recriada a ENEGE
com a responsabilidade de articular e dar maior vigor à
ação nacional dos estudantes. No mesmo evento foi
deliberado o Dia Nacional da Luta contra a quebra do
monopólio Estatal do Petróleo e pelo controle popular
na exploração dos recursos naturais. Nesse dia os
estudantes organizaram atos públicos em diversos
lugares do país. Na década de 80, a ENEGE comportouse
como organizadora e difusora das discussões e
deliberações feitas nos Encontros Nacionais (ENEGEOs),
relacionadas principalmente às questões profissionais e
ensino. Participou ativamente das discussões que se
desenvolviam na comunidade geológica como, por
exemplo, Simpósio Nacional de Ensino de Geologia
promovido pela SBG, que teve como resultado o
currículo mínimo que balizou a estrutura curricular da
grande maioria dos cursos do país.
A década de 90 foi marcada pela desarticulação
da ENEGE e a mudança de caráter dos ENEGEOs, que
se tornaram apenas momentos de confraternização,
perdendo o viés político, causa de sua criação.
Em 2001, no XXIII ENEGEO realizado em
Lençóis – BA houve uma tentativa de retomada das
discussões encabeçadas pela ENEGE, a qual teve pouco
sucesso devido à total desarticulação dos estudantes. Em
2003, no XXV ENEGEO, promovido pela UNB em São
Jorge-GO, realizaram-se duas reuniões das quais se
constituiu uma Comissão Pró-ENEGE, com a presença
de representantes de 14 escolas de geologia do Brasil. A
partir daí a ENEGE retomou seu caráter político com
instância máxima deliberativa na Assembléia Geral do
ENEGEO.
No final da década de 2000, a ENEGE mostrou-se
novamente desgastada, contribuindo pouco para as
discussões da classe geológica. Percebe-se, portanto, que
a Executiva vêm apresentando um comportamento
cíclico, alternando momentos altamente politizados e
outros de baixa participação estudantil.
Atualmente a ENEGE passa por um momento
de transição, buscando mais uma vez se reerguer e
tornar-se mais presente nos centros acadêmicos e
Instituições representativas da classe geológica.

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